.......................................................................................... Ensaios: 3/18/07 - 3/25/07 ..........................................................................................

24 March 2007

Drogas e Poemas

Pó branco, cogumelo mágico ou erva maldita: os alucinógenos foram liberação para muitos autores. E perdição.

"Ainda me lembro com exatidão do efeito dessa injeção. Súbito fiquei totalmente desperto. Um sentimento de felicidade, estranho e difícil de descrever, tomou conta de mim."

A morfina deu asas ao escritor suíço Friedrich Glauser (foto), na época da Primeira Guerra Mundial. Seu corpo tornava-se "um só sorriso", o cotidiano perdia a importância, o mundo parecia transmutar-se.


Durante o século 19, os autores procuraram conscientemente essa outra percepção do mundo, através das drogas. Para então descrevê-la, buscando novos caminhos poéticos.
Os poetas românticos foram os primeiros a explorar dessa forma o misterioso mundo do inconsciente. Assim, os Hinos à noite de Novalis (foto) foram compostos sob o efeito do ópio.

Também o escocês Robert Louis Stevenson inventou num delírio alucinótico a dupla personalidade de seu Dr. Jekyll e Mr. Hyde. E, na França, o grupo de poetas ligados a Charles Baudelaire criou um verdadeiro "clube do haxixe".

Ode ao pó branco

No século 20, a droga da moda para os poetas foi a cocaína:
"A dissolução do eu, doce, profundamente desejada Tu me dás..."

Assim Gottfried Benn (foto) cantou em verso o pó branco. Secundado por William S. Burroughs, em seu romance autobiográfico Junkie:
"Se Deus jamais criou alguma coisa melhor, então ele a guardou para si."
Seja como for, pelo menos o LSD, a mescalina e os cogumelos mágicos, Ele não reservou para uso pessoal. As novas drogas estariam destinados a ampliar a consciência da geração seguinte de autores, os hippies.

Novos mundos ou subjetividade pura?

Uma coisa é certa: a literatura mundial seria bem mais pobre, se todos os artistas fossem abstinentes e tão obedientes à disciplina burguesa como um Thomas Mann.
Mas quão real é esse vislumbre de outros mundos? O próprio Baudelaire (foto) já relativizava em seu poema sobre o haxixe:

"Ele revela ao indivíduo nada além de si mesmo."
E como descrever à altura o experimentado durante o delírio? E se, expressa em linguagem sóbria, a revelação soar apenas banal?

No torpor da droga, o escritor norte-americano Aldous Huxley chegou a uma conclusão que até a ele mesmo pareceu pouco poética:

"No universo tudo está em ordem."

20 March 2007

The Dark Side of the Moon

The Dark Side of the Moon (O lado escuro da lua) é um álbum conceptual de 1973 dos Pink Floyd, que fala sobre as pressões da vida, como tempo, dinheiro, guerra, loucura e morte. É considerado por muitos fãs dos Pink Floyd como sendo a obra prima da banda.

The dark side of the moon é o terceiro álbum mais vendido de todos os tempos no mundo inteiro. Atingiu o primeiro lugar no Billboard 200 e também no Billboard Pop Catalog Chart, tendo o híbrido SACD editado em 2003 atingido o mesmo feito.
Estima-se que 1 em cada 14 pessoas com menos de 50 anos, nos EUA tenha uma cópia deste álbum.

O álbum contém alguns dos mais complicados usos dos instrumentos e efeitos sonoros existentes à altura, incluindo o som de alguém correndo à volta de um microfone e a gravação de
múltiplos relógios a tocar ao mesmo tempo.


Até hoje, Dark side of the moon é uma referência para os audiófilos que o usam para testar a fidelidade, dos equipamentos de áudio.
Outra característica do álbum são os trechos de diálogos entre as faixas. Os Pink Floyd entrevistaram várias pessoas, perguntando-lhes coisas relacionadas com os temas centrais do álbum, como a violência e a morte.

Nos EUA, Dark side of the moon é o 18º álbum mais vendido de sempre, tendo permanecido 740 semanas nas tabelas da Billboard magazine, tendo no seu período mais longo permanecido 591 semanas consecutivas. O álbum chegou a Nº 1 nos EUA, Bélgica e França, até em 2002, 30 anos após o seu lançamento, foram vendidas nos EUA mais de 400,000 cópias.





A primeira faixa do CD é dividida em duas músicas e a terceira contém uma reprise da primeira.
No CD original e na reedição de 1994

"Speak To Me/Breathe" - 3:59
"On The Run" - 3:35
"Time" - 7:04
"The Great Gig in the Sky" - 4:48
"Money" - 6:24
"Us And Them" - 7:49
"Any Colour You Like" - 3:26
"Brain Damage" - 3:50
"Eclipse" - 2:04

Pink Floyd

Roger Waters - baixo, guitarra, teclas, voz, sintetizador VCS 3, efeitos gravados
Nick Mason - percussão, bateria, efeitos gravados
Richard Wright - teclas, voz, sintetizador VCS 3
David Gilmour - guitarra, teclas, voz, sintetizador VCS 3
Extras _ The dark side of the moon
Dick Parry - Saxofone
Lesley Duncan - voz (coro)
Doris Troy - voz (coro)
Barry St. John - voz (coro)
Liza Strike - voz (coro)
Claire Torry - voz em The Great Gig in the Sky